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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Por trás da máscara da divindade

Resenha do livro Behind the Mask of Divinity.
O autor passou 20 anos coletando escritos originais de Gandhi, discursos e outros documentos para este livro.
Gandhi Por trás da Máscara de Divindade é um livro de G. B. Singh que desafia a imagem de Gandhi como líder, santo benevolente e pacifista não-violento da independência da Índia através de uma biografia do chamado verdadeiro Mohandas Karamchand Gandhi, contada através dos próprios escritos de Gandhi e ações ao longo de sua vida.
Singh denuncia que a imagem de Gandhi como um grande líder é trabalho da "máquina de propaganda Hindu" e do clero cristão motivado por segundas intenções, e, além disso, avantajou-se da irracionalidade dos historiadores que não conseguiram examinar criticamente a lenda fabricada.
“A verdade quando sai quebra os muros de uma fortaleza" é um ditado Punjabi. Singh explodiu o mito de Gandhi - apóstolo da paz, emancipador dos intocáveis; e libertador da Índia do jugo Britânico por meios pacíficos - por meio da publicação desse seu trabalho: Gandhi: Behind the Mask of Divinity. G.B. Singh estudou Gandhi por mais de vinte anos coletando os seus discursos, escritos e outros documentos, que os promotores de Gandhi deixaram de fora intencionalmente para criar um messias século XX através da fusão de Jesus Cristo com o deus Vishnu.
A fabricação do mito de Gandhi começou na África do Sul pelo clero cristão. O Rev. Joseph J. Doke, um ministro Batista, foi o primeiro a escrever a biografia de Gandhi. Logo muitos outros clérigos e escritores americanos e europeus correram para marcar sua participação. John H. Holmes, um pastor de Nova York elogiou Gandhi em seus escritos e sermões de títulos como: Gandhi: O Cristo Moderno, Mahatma Gandhi: O Maior Homem desde Jesus Cristo, Mahatma Ji: A Reencarnação de Cristo e Gandhi diante de Pilatos. Romain Rolland, francês prêmio Nobel em literatura descreveu Gandhi não só como um santo hindu, mas também um outro Cristo.
Romain Rolland escreveu uma nova biografia de Gandhi em francês. O livro abre com: Gandhi é o Criador de tudo, O Iluminado, Mahatma. Impressionado com propaganda exagerada sobre Gandhi no Ocidente, a máquina de propaganda hindu entrou em ação e lançou uma infinidade de literatura para elevar Gandhi ao 'status' de deus Hindu do século XX - "A Sétima reencarnação de Vishnu, o Senhor Rama", proclamou Krishnalal Shridharni. Promovendo a figura de Gandhi como avatar hindu e santo cristão. O governo indiano sob o primeira-ministra Indira Gandhi financiou um terço do custo da produção do filme "Gandhi" para que Gandhi fosse apresentado ao mundo como "um pacifista absoluto.
O clero cristão tinha uma motivação oculta na construção do mito de Gandhi. Eles pensavam que, elevando Gandhi a um messias século XX e, em seguida, convertendo-o, abriria a porta para evangelizar as massas hindus. Mal sabiam eles que Gandhi os estava ludibriando com suas afirmações insinceras sobre o Cristianismo. Ele era um fundamentalista Hindu, um verdadeiro crente e defensor da ordem de castas - que é a essência do hinduísmo.
Os apologistas de Gandhi se entregaram a uma tremenda ilusão, alegando que Satyagrah Gandhi na África do Sul lutava em defesa dos direitos dos povos nativos. Nada poderia estar mais longe da realidade do que esta mentira cabeluda. Como poderia Gandhi, um fervoroso defensor do sistema de castas pensar no bem-estar dos negros africanos a quem ele considerava inferiores aos intocáveis; da Índia - e ligeiramente acima do nível animal? Sua Satyagrah era sua luta para o melhor tratamento de Indianos, que de acordo com Gandhi eram tratados da mesma forma dos Kaffirs selvagens (negros). Em sua estadia de vinte anos na África do Sul, ele não tinha contatos sociais com os negros, como ele não tinha nenhum interesse comum com eles nos assuntos diários da vida. Gandhi ficou horrorizado quando foi preso e repartiu a mesma ala da cadeia com os "nativos". Ele não gostava de usar as mesmas roupas com a estampa "N" de negro, nem gostava da comida dos negros e nem compartilhava o lavatório com eles. Foi a experiência da prisão que exteriorizou o racismo de Gandhi. "Kaffir e prisioneiros chineses são selvagens, assassinos e dados a imoralidades. Kaffirs são em regra geral, incivilizados - mas os presos são piores. Eles são problemáticos, muito sujos e vivem quase como animais." - Escreveu Gandhi da cadeia para seus relativos.
Gandhi proclamou que o Império Britânico dominava para o bem-estar de todo o mundo e aceitou a superioridade e predomínio da raça branca. Mas ele lembrou na mesma carta que os brancos europeus da casta superior compartilhavam com os Indianos um património comum - o sangue nobre da raça ariana. Segundo ele, o sangue ariano era o responsável pelo avanço da civilização humana. Ele sugeriu ao Reverendo Doke que civilizasse os Kaffirs (negros), convertendo-os ao cristianismo e infundindo o sangue ariano em sua raça. Ele disse aos colonos brancos que a preservação da pureza racial (Apartheid) era tão importante para os Indianos quanto como para os europeus.
Ele instou as autoridades coloniais que levantassem uma milícia voluntária de Indianos para lutar para o Império Britânico. Ele disse às autoridades que seria uma "loucura criminosa" não alistar Indianos para a guerra. Ele foi rejeitado com comentários sarcásticos e depreciativos sobre a capacidade de luta de pessoas como Gandhi. No entanto, a sua persistência convenceu as autoridades Britânicas a formar um pelotão voluntário formado por não-Britânicos sob o comando do sargento Gandhi durante a Guerra Boer e a Rebelião Zulu. Ele instou a comunidade indiana a mostrar sua lealdade ao Império Britânico através da angariação de fundos para a Guerra. Ele lembrou que eles estavam na África do Sul devido à cortesia do Império. "Não cabe a nós julgar se a revolta dos Kaffir é justificada ou não. Somos co-colonos com os brancos desta terra, enquanto os selvagens negros são ainda incapazes de participar nos assuntos políticos da colônia." - argumentou Gandhi.
O Sargento Gandhi selecionava apenas Gujrati hindus como seus assistentes, três sargentos e um Corporal, apesar do fato do pelotão de 20-24 homens ser composto principalmente por não-Gujratis e um número significativo de muçulmanos. A Revolução Russa de 1914 motivou movimentos nacionais contra o domínio colonial. Os Britânicos levaram Gandhi de volta à Índia para sabotar o movimento nacional da Índia contra o domínio britânico. O Partido Hindu no congresso, dominado por Gandhi, foi criado sob o patrocínio das autoridades britânicas. O "apóstolo da paz" exortou os povos Indianos a apoiar os Britânicos se alistando no exército durante a Primeira Guerra Mundial. Em sua carta que escreveu ao vice-rei em 1930, Gandhi disse, "Uma das razões pelas quais iniciei o Movimento de Desobediencia Civil é o de conter a violência dos revolucionários contra os Britânicos”.
Seguindo o conselho dos propagandistas brancos do mito Gandhi no ocidente, clérigos negros e líderes dos direitos civis viajaram para a Índia a buscar o conselho de Gandhi sobre como resolver o problema da segregação racial e dos direitos civis dos negros. Eles não imaginavam que Gandhi considerava os negros pouco acima do nível de um animal. Além disso, eles eram ignorantes do fato de que o sistema de castas foi originalmente imposto como discriminação racial (Varna Ashrama Dharma), semelhante ao sistema do Apartheid, sobre os negros nativos da Índia por seus conquistadores brancos. Mais tarde, devido ao surgimento de novos grupos raciais, devido à miscigenação entre os dois grupos, Varna Ashrama Dharma evoluiu para o sistema de castas ligada às ocupações hereditárias. A 'Intocabilidade' é uma parte integrante da fé hindu como o antissemitismo era dos nazistas.
Vale ressaltar que nenhum único líder negro conheceu o Dr. BR Ambedkar - mestrado e doutorado pela Universidade de Columbia, M.Sc. e D.Sc. e pela Universidade de Londres e Bar-at-Law do Grey Inn, Londres - que era o líder indiscutível dos Intocáveis; naquele momento. A máquina de propaganda de Gandhi manipulava a visita dos líderes negros, pois não queriam que eles soubessem da verdade sobre as opiniões de Gandhi a respeito do sistema de castas. "Eu acredito em varnashrama (sistema de castas), que é a lei da vida. A lei de Varna (cor da pele/ou casta) nada mais é que a lei da conservação da energia. Por que meu filho não seria um mendigo se eu sou um? Ele, que é Shudra (casta mais baixa) não pode ser chamado um Brâmane (casta superior), embora ele (Shudra) possa ter todas as qualidades de um Brâmane desde o nascimento. Isso é uma coisa boa para ele (Shudra) não arrogar uma Varna (casta) da qual ele não nasceu. É um sinal de verdadeira humildade." - Escreveu Gandhi.
Em 1921, Gandhi fez discursos violentos que incitavam ao ódio racial contra os ingleses. Durante as manifestações sangrentas e revoltas contra a visita do príncipe de Gales, William Francis Doherty, um cidadão americano trabalhando em Bombaim foi assassinado. Gandhi se envolveu pessoalmente no encobrimento do assassinato através de suborno e intimidação. Gandhi estava preocupado de que os detalhes deste assassinato pudesse manchar a sua imagem de pacifista no Ocidente.
É uma piada cruel que uma das maiores invenções do século XX seja que Gandhi conquistou a liberdade dos Indianos sem derramar uma gota de sangue. A verdade é que foi o efeito devastador da Segunda Guerra Mundial que forçou o governo britânico a desmantelar o seu Império Colonial no mundo. Além disso, foi Gandhi e seu domínio sobre o Congresso pelo partido Hindu que causou a partição do país em linhas comuns, os estados de maioria muçulmana estavam no caminho do partido de Gandhi no estabelecimento da Ram Raj (Reino Místico Hindu), com base na ideologia de castas. Além disso, a partição da Índia em 1947 foi um dos grandes dramas do século XX. No Estado de Punjab sozinho, entre 11 e 12 milhões de pessoas perderam suas casas onde seus antepassados; viveram durante séculos. Cerca de um milhão de pessoas morreram no frenesi comunal e milhares de mulheres jovens foram sequestradas enquanto Gandhi estava recitando seus sermões assassinos de sua escritura sagrada favorita - o Gita Bhagvad. Gandhi insistiu e continuou insistindo até o último momento que o país só seria dividido sobre o seu cadáver!
Gandhi, de tanga, costumava dormir com meninas nuas para realizar experimentos que testavam o seu celibato. Dr. Sushila Nayar disse a Mehta Ved que ela costumava dormir com Gandhi, ela considerava ele como um deus Hindu. O homem, que tinha feito voto de pobreza, exigiu e conseguiu até mesmo na prisão os mesmos confortos que gozavam os altos funcionários Britânicos na Índia.
O "apóstolo da paz", que aconselhou uma delegação judaica a "opor-se ao mal do nazismo através da "força da alma"- Aconselhando-os a cometer suicídio em massa como protesto, elogiou a iniciativa de anexação da Caxemira através de agressão armada. Ele disse a seus seguidores, os Sikh, que espada enferrujada é inútil na era da bomba atômica, e incentivou o desenvolvimento de armas nucleares pela Índia - um país que estava entre os mais pobres do mundo e naqueles dias estava na parte inferior do gráfico de índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas - Verdades como essa expõem a verdadeira face do "pacifista absoluto" e da nação que o chama de "pai".
Embora, os jovens Indianos hoje já começam a questionar o homem por trás da máscara da divindade, não há limites na perpetuação do mito Gandhi no Ocidente, especialmente os Estados Unidos. G.B. Singh legitimamente merece os elogios por trazer a verdade sobre Gandhi usando a própria boca e os escritos de Gandhi.

Texto de Wesley Moreira, extraído do site "Fé em Contexto".

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