Éramos 7 amigos pescadores "fixos", isto é, que todos os anos "não falhavam" nessa aventura.
Sempre lavávamos algum (ou alguns), digamos, convidado.
A cada ano víamos a quantidade de peixes pescados diminuir.
Para nós, o que valia mais do que o peixe era a "festa".
E que festa fazíamos...
Começávamos a pagar a pescaria no mês de fevereiro. Abrimos uma conta-poupança onde, todos os meses, nós (os 7) depositávamos uma certa quantia para que, quando chegasse o dia da pescaria (geralmente no mês de setembro ou outubro) não precisássemos paga nada. Claro, sempre havia um gasto ou outro, mas o "grosso" das despesas já estavam garantidos pelos depósitos mensais.
Passávamos de 7 a 10 dias no Pantanal.
Eram dias mágicos.
Saíamos de Presidente Prudente/SP cansados e estressados. Voltávamos "novos", descansados e prontos para mais um ano de trabalho e estresse.
Na verdade ninguém estava muito preocupado na quantidade de peixes que iria trazer, mas sim com a alegria e o relaxamento de teríamos pela frente.
Naquela época não havia celular -- pelo menos não um que funcionasse no Pantanal! Ficávamos isolados no "meio do nada".
Costumávamos trazer, em média, 700kg de peixe.
Muitas foram as vezes que pescamos, com vara, Pintados e Cacharas com marcas de rede na cabeça. Às vezes víamos algum da Polícia Florestal ou do Ibama, mas eles nada podiam fazer porque os pescadores ilegais vinham do Paraguai. E lá se escondiam.
Esse -- a pescaria com redes -- talvez seja um dos maiores motivos para a atual escassez de peixes no Pantanal. Escassez perto do que ocorria em décadas anteriores ao ano 2000.
A cada ano víamos o número de peixes pescados diminuírem.
Nunca mais fui pescar no Pantanal. Hoje moro no nordeste. Muito longe de lá...
Mas ainda guardo as recordações de dias mágicos de pescaria e festa, ao lado de bons amigos.
Veja ai o vídeo..
Jefferson Oliveira
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