A “elite”, meus senhores, essa elite desprezível e sórdida a
que vocês tanto se referem estava, sim, presente na festa de abertura da Copa.
Estava ali bem acomodada na Tribuna de Honra representando os amigos do rei ou
em setores especiais cercados de mordomias e coalhados de políticos sem
vergonha, os baba-ovos desse governo imundo.
Os pagantes do Itaquerão eram torcedores, gente que gosta de
futebol e acalentava o sonho de ver a Seleção jogar numa Copa do Mundo.
Gente que, não sem esforço, juntou dinheiro para comprar
ingresso, dinheiro fruto do trabalho e não de roubo, e portando bandeiras
enfrentou filas e desorganização com o único propósito de realizar um sonho.
Essa multidão não foi constituída por alienados ou
bolsistas, nem pelos que mamam nas tetas do governo, os oportunistas, os
corruptos. Estava lá a classe média trabalhadora e pagadora dos seus impostos,
CIDADÃOS com suas famílias e amigos. Foram ver a Seleção e aguardaram muitos
meses, talvez anos pelo espetáculo grandioso da abertura da tão propalada Copa
das Copas. E o que se lhes apresentou foi um espetáculo chinfrim ao custo de
milhões e pela primeira vez na história das copas não houve discursos, a
presidenta, autoridade máxima do país nem sequer lhes dirigiu um aceno.
O coro… “ei, Dilma, vai tomar no cu” não foi previamente
combinado, surgiu espontaneamente no meio da multidão e o brado ecoou e foi
repetido por todos os cidadãos indignados que não aguentam mais as bandalheiras
desse governo incompetente, corrupto e acima de tudo arrogante e prepotente.
Estamos cansados de pagar as contas e ser feitos de idiotas.
E agora vêm vocês querendo dar lição de moral? Acharam feio?
Feio é o que nos obrigam a vivenciar todos os dias. Vergonha é ser afrontado,
espoliado, vilipendiado, roubado e nunca poder reclamar, seguir mansamente a
boiada pois assim exigem os bons costumes.
Esses brasileiros que fizeram coro no Estádio me
representam, pessoas ordeiras e dignas que soltam a voz com emoção e respeito
ao Hino Nacional mas também corajosamente mandam seu recado ao governo usando a
única linguagem que esses cafajestes entendem: a linguagem do submundo onde se
aboleta às nossas custas a escória do país.
Texto de Maria do Rosário Pacheco
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