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domingo, 4 de setembro de 2016

ANTES DE TUDO

Estamos sempre na estrada que percorremos nessa vida, fazendo o que nos mandam.
Mudam somente os senhores.
Preto, azul ou rosa.
E quem sabe qual é qual e quem é quem? Acima e abaixo?
E no fim das contas isto é apenas mais uma "jogada" que nos fazem jogar.
Antes, antes de tudo o que é meu, que foi meu, ou o que nunca foi, a grama era mais verde, as luzes mais brilhantes e inebriantes, o doce era mais doce, as noites eram maravilhosas, as tardes de domingo.... ah... as tardes.... com amigos por perto.
Agora tudo é “politicamente incorreto”, tudo!
Agora o que ganhamos fingindo que o perigo não é real, apenas seguindo “o líder”?
Agora as coisas realmente são o que parecem. Mas não basta ser, tem que parecer.
Não, isto não é nenhum pesadelo. É vida real.
Agora marchamos alegremente pra fora da obscuridade, pra dentro do sonho. De um sonho. Do seu sonho. Do nosso sonho.
Veja as notícias. Uma piada. Várias piadas. Gente piadista.
É melhor ficar em casa.
E melhor fazer como lhe disseram pra fazer.
É melhor fazer. Fazer, às vezes, é melhor. Mas não fazer talvez fosse melhor. Talvez...
Sempre deixamos de fazer algo por não concordarmos, mas acabamos por fazer-nos concordar e fazemo-la. 
Lembro de quando eu era novo... eu brilhava como o sol. Hoje... nuvens cobrem meu brilho. E não se dissipam. Nunca.
Hoje me aqueço na sombra. Sou perdedor e vencedor. Uma verdade e uma ilusão.
Não. Não fumei nem bebi nada de “diferente”, apenas inspirei-me no tema.
Qual tema?
Nesse que você propôs: a vida. Complicada e distinta, como ela é.
Homens, mulheres... Bah! Os animais...
Apenas os animais são puros. Eles sim, são dignos de serem seres.
Nós? Apenas estamos aqui. Acabando com tudo e todos.
Quem somos nós? Deveríamos estar a margem desses deuses a quem chamamos animais irracionais. Mas não estamos. Então, simples. É tão simples. Viver assim, a margem. Esperando o amanhã que, certamente virá. O meu, o seu... virá. E outros virão. Outros hão de ver outros verões. Depois de nós. E tudo virá novamente.  E não haverá mais dor. Não para nós.
E então um dia, você descobre que dez, vinte anos ficaram para trás.
Cada ano que passa fica mais curto. Parece que nunca arranjo tempo para continuar. E continuo sempre. Planos que deram em nada...
Eu não posso explicar, você não entenderia.
Durante milhões de anos, a humanidade viveu como os animais.
Aí algo aconteceu que nos libertou. Ou nos aprisionou. O poder de nossa imaginação: aprendemos a falar.
Fomos amaldiçoados com a consciência.
Antes não a tivéssemos. Ou a tivéssemos antes.



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