Estava eu
assistindo TV numa tarde de Domingo, (aguardando o início do tão esperado jogo
entre o Brasil e Espanha, no quase pronto Maracanã) naquele horário em que não
se pode inventar nada o que fazer, pois no outro dia é segunda-feira, (dia de
terno branco); quando então, minha mulher deitou-se do meu lado e ficou
brincando com minhas 'partes'. (íntimas, lógico, mas muito mais carinhosamente,
do que de outras vezes...).
Após alguns
minutos ela veio com uma 'brilhante' ideia: (eu estava muito interessado no
jogo, mas pensei comigo, quem sabe dá para conciliar as duas coisas).
É como diz o
mineiro: ”a muié quando tá cum vontade é
a mió cosa desse mundo, muito mais mió du que mascá fumo de rolo, seguido duma
boa caninha, cum toicinho e pão de queijo”. Pode imaginar?.
Diz ela: Por
que não depilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer 'outras coisas' com
eles.
Aquela frase
foi igual um sino na minha cabeça. Por alguns segundos fiquei imaginando o que
seriam 'outras coisas'.
Respondi que
não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas
técnicas de depilação e eu, imaginando as 'outras coisas', não tive mais como
negar. Concordei.
Ela me pediu
que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos necessários para tal
feito.
Fiquei olhando
para TV, porém minha mente estava vagando pelas novas sensações que só
despertei quando ouvi o beep do micro-ondas.
Ela voltou ao
quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços de plástico. Achei
meio estranho aqueles equipamentos, mas ela estava com um ar de 'dona da
situação' que deixaria qualquer médico urologista sentindo-se como residente.
Fiquei tranquilo
e autorizei o restante do processo.
Pediu para que
eu ficasse numa posição de quase-frango-assado e liberasse o acesso à zona do
agrião. Pegou meus ovinhos como quem pega duas bolinhas de porcelana e começou
a passar cera morna. Achei aquela sensação maravilhosa!
O Sr. Pinto já
estava todo 'pimpão' como quem diz: 'sou o próximo da fila'!
Pelo início,
fiquei imaginando quais seriam as 'outras coisas' que viriam.
Após estarem
completamente besuntados de cera, ela embrulhou ambos no plástico com tanto
cuidado que eu achei que iria levá-los para viagem.
Fiquei
imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer: na
Tailândia, na
China ou pela Internet mesmo?
Porém, alguns
segundos depois ela esticou o saquinho para um lado e deu um puxão repentino.
Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro PUUUUTA QUEEEE ME
PARIUUUUUUU quase falado letra por letra..
Olhei para o
plástico para ver se o couro do meu saco não tinha ficado grudado. (saudades do
KY!). Ela disse que ainda restavam alguns pelinhos, e que precisava passar de novo.
Respondi prontamente: Se depender de mim eles vão ficar aí para a
eternidade...!
Segurei o Dr.
Esquerdo e o Dr. Direito com as duas mãos, como quem segura os últimos ovos da
mais bela ave amazônica em extinção, e fui para o banheiro.
Sentia o
coração bater nos ovos. (Fiquei com receio de ter partido “as porcelanas,” pois
sentia dor até na próstata).
Abri o
chuveiro e foi a primeira vez que eu molhei o saco antes de molhar a cabeça.
(esta, no plural).
Passei alguns
minutos só deixando a água gelada escorrer pelo meu corpo.
Saí do banho,
mas nesses momentos de dor (como se tivesse transado com uma bananeira e que o
visgo grudado nos pelos, clamavam: agora só cortando...) qualquer homem vira um
bebezinho novo: faz merda atrás de merda. Peguei meu gel pós-barba com camomila
'que acalma a pele', enchi as mãos e passei nos ovos.
Foi como se
estivesse passado molho de pimenta. Sentei no bidê na posição de 'lava xereca'
e deixei o chuveirinho acalmar os Drs. Peguei a toalha de rosto e fiquei
abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° round.
Olhei para meu
pinto. Ele, coitado, tão alegrinho minutos atrás, estava tão pequeno que mais
parecia irmão gêmeo de meu umbigo.
Nesse momento
minha mulher bate à porta do banheiro e pergunta se estava passando bem. Aquela
voz antes tão aveludada e sedutora ficou igual uma gralha.
Saí do
banheiro e voltei para o quarto. Ela estava argumentado que os pentelhos tinham
saído pelas raízes, que demorariam voltar a nascer.
Pela espessura
da pele do meu saco, aqui não nasce nem penugem, meus ovos vão ficar que nem os
das 'codornas', respondi. (famoso procura de pelo em casca de ovo!) Ela pediu
para olhar como estavam. Eu falei para olhar a meio metro de distância e sem
tocar em nada e se ficar rindo vai entrar na PORRADA!!
Vesti a
camiseta e fui dormir (somente de camiseta). Naquele momento sexo para mim, nem
para perpetuar a espécie humana. (mesmo diante da responsabilidade de restar
apenas nos dois na face da terra. Que fazer, “tornar a povoar o mundo ou
deixa-lo extinguir-se”; optaria pela senda hipótese...!!!)
No outro dia
pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os ovos estavam mais calmos, porém
mais vermelhos que tomates maduros.
Foi estranho
sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados. Tentei colocar a cueca,
mas nada feito. Procurei alguma cueca de veludo e nada...
Vesti a calça
mais folgada que achei no armário e fui trabalhar sem cueca mesmo.
Entrei na
minha seção andando igual um cowboy cagado. Falei bom dia para todos, mas sem
olhar nos olhos. E passei o dia inteiro trabalhando em pé com receio de
encostar os tomates maduros em qualquer superfície. Resultado, certas coisas
devem ser feitas somente pelas mulheres. Não adianta tentar misturar os
universos masculino e feminino. Ainda dói...
Ai, “Oh my god!!!” (perdi o jogo e não quis
nem saber quem ganhou.... mi-fu).
Depilação
Luiz Fernando
Veríssimo (e um chato, intruso)
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