Já estamos em
dezembro e já teve início o lenga-lenga anual dos cumprimentos,
confraternizações, cartões e mensagens melosas de final de ano.
Cretinos e
tabacudos de matizes vários, que passaram o ano inteiro me esculhambando, me
odiando e desejando que eu me lascasse, vão virar piedosos e humanos de uma
hora pra outra e vão me desejar “Feliz Natal e Próspero Ano Novo“, com a cara
mais lavada deste mundo.
Eu gostaria de
poupar trabalho. Aos amigos e aos inimigos.
Estou certo
que terei um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. Que o Brasil vai ser coberto
de amor, paz e luz. Que a felicidade inundará o coração de todos e que o mundo
será bem melhor daqui pra frente. Que o Menino Jesus vai trazer boa sorte e
fortuna para a humanidade. Estou certo disto tudo.
De modo que
poupo vocês do trabalho protocolar e burocrático de me dizer estas coisas por
estarmos chegando ao final do ano. Ressalto e insisto que não estou sendo
ingrato ou grosseiro; estou apenas querendo poupar trabalho àqueles que me são
caros e àqueles que eu detesto. Quem quiser me mandar cartões ou desejar
felicidades, deixe pra fazer isto em abril. Ou em junho. Ou em setembro.
Por um
repentino “milagre”, nesta época do ano ficamos bonzinhos, minando amor por
todos os poros e entupidos dos mais puros e benfazejos sentimentos do mundo. As
maldades e putarias que fizemos durante o ano todo ficam definitivamente
sepultadas.
Pronto. Dito
isto, sinto-me desobrigado do amor e da boa vontade que o período nos obriga a
ter e passo a agir como ajo no resto do ano: trocando tapas, dando tabefes,
recebendo bofetões, odiando meus inimigos, rogando pragas pros políticos,
falando mal dos meus amigos, pagando propina pro policial, xingando os outros
motoristas no trânsito, cuspindo no prato em que comi, desejando a mulher do
próximo, esculhambando meu vizinho, tendo inveja dos que têm sucesso e rogando
pragas contra os que têm mais posses que eu.
E aos putos
que responderam com coices e ingratidões à minha boa vontade, desejo um doloroso
vá tomar no olho do furico! Caras chatos, casados com mulheres mais chatas
ainda, de mau humor, com prisão de ventre, invejosos, rancorosos, com raiva de
tudo e de todos, desejo que se lasquem dos quintos pra lá umas doze léguas.
Os últimos
dias de 2012 eu vou gastar procurando este velho ridículo e idiota, este
pedófilo safado chamado Papai Noel, importado das geladas regiões boreais,
vestido pra uma tempestade de neve numa cidade onde faz 40 graus à sombra. Este
velho fela-da-puta que só premia os
ricos e fode as crianças pobres. Vou dar-lhe uma cambada de pau tão da gôta serena que ele vai ver o começo, mas
não vai ver o fim.
Pronto. Falei.
Ou melhor, escrevi.
Adooooooreeei. Muito bom mesmo. Falso moralismo e cinismo nessa época são TENDÊNCIA.
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