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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Entendendo a Teoria da Evolução - o básico


No mundo atual, apesar de todo o avanço tecnológico e científico e a dependência direta que temos dele, pouco valor lhe é dado e a ciência na maioria das vezes é muito mal compreendida. As crendices, pseudociências - tais como o design inteligente - e o fanatismo religioso, que na maioria das vezes caminham juntos, ainda são predominantes, criando uma visão errada do que é e de como funciona a ciência. Por isso que a teoria da evolução de Darwin, uma das mais importantes teorias científicas de nossa era, base de toda a Biologia  moderna, é atacada tão duramente por determinados grupos religiosos. Fundamentalistas que zurram besteiras sem sentido tais como "a evolução diz que o homem veio do macaco", "evolucionismo é uma religião", "evolução diz que a vida surgiu por acaso" e "a evolução nega a existência de Deus" até ataques ad-hominem ao nosso coleguinha Darwin. É claro que eles não entendem porcaria nenhuma do que estão falando, e estão borrando as calças porque sua concepção criacionista-catastrofista-mágica do mundo está perdendo cada vez mais relevância social e nada podem fazer além de espernear e fazer beicinho. Igual criança que perdeu o brinquedo.
Na introdução de seu livro A Origem das Espécies, Darwin escreveu: "É bastante concebível que um naturalista, refletindo sobre as afinidades mútuas dos seres orgânicos, suas relações embrionárias, sua distribuição geográfica, sucessão geológica e outros fatos similares, chegasse à conclusão de que cada espécie não fora criada independentemente , mas se originara de outra espécie.” Este foi o raciocínio inicial, a pedra fundamental, que o levou a formular a Teoria da Evolução das Espécies por meio da Seleção Natural. Segundo a teoria, tanto os organismos vivos quanto os fossilizados que encontrou e observou - nos quais se incluem os seres humanos - se originavam de um único ancestral comum e se transformavam ao longo das gerações. Este primeiro "ancestral", semelhante a uma bactéria, gerou descendentes, e os que nasceram adaptados ao meio puderam sobreviver e se reproduzir, passando boa parte de suas características adiante, e por aí vai, até chegar na variedade de espécies atuais. Estas mudanças adaptativas consistem na Seleção Natural, onde a vida sempre tenta se perpetuar, apesar do meio estar pouco se lixando com ela.
Com tudo isso, o homem parou de ser visto como um "ser mais especial" e "mais evoluído" e passou a ser visto como apenas mais um ramo da grande árvore da vida. Pois a própria vida deixou de ter um status sobrenatural e mágico. Ela não foi planejada nem criada subitamente: Ela apenas EXISTE e tenta se manter a qualquer custo, sob pena de desaparecer pelas mesmas leis naturais que a governam. Por isso, evolução não significa necessariamente "melhoria" ou "aumento da complexidade", mas sim consiste num monte de gambiarras biológicas escolhidas pelo ambiente em determinada época. O Homem foi relegado à mera condição de descendente animal, assim como um cachorro ou um verme rastejante.
Por meio dos fósseis, conseguimos mostrar como os animais se modificaram através dos tempos, a despeito dos incontáveis "elos perdidos" que os criacionistas ficam sempre exigindo para ligar uma espécie ancestral à outra.  Darwin também inferiu, numa aplicação do pensamento econômico de Thomas Maltus, que a competição entre espécies e entre indivíduos da mesma espécie, além da interferência do ambiente, leva à dispersão de traços vantajosos, pois organismos mais adaptados sobrevivem e geram mais descendentes. Saem-se melhor os que têm mais capacidade de obter recursos (como alimento, abrigo e água), deixando, portanto mais filhos que herdarão estas características. Portanto, isto é o oposto do lamarckismo, que diz que as espécies se adaptam ao ambiente. Se, por exemplo, a Terra entrar em uma nova Era Glacial, você não vai automaticamente ganhar um monte de pelos e uma camada grossa de gordura sob a pele igual ao urso polar.
Apesar disso tudo, apesar da vida ter sido ameaçada muitas vezes de extinção (como no caso do asteroide que extinguiu os dinossauros e matou quase toda a vida na Terra), ela foi incrivelmente bem-sucedida, pois a sua força é espetacular. Por isso que nós, humanos, estamos aqui até hoje, e podemos tentar entender racionalmente de onde viemos, deixando de lado milênios de terror, ignorância e de crendices antigas, e a teoria da evolução de Darwin foi apenas o pontapé inicial nessa compreensão verdadeira da nossa realidade biológica. O cientista alinhou conhecimentos de Geologia, Biologia e Economia para fundamentar sua teoria e mostrou que é preciso integrá-los, eliminando o reducionismo  das teorias parciais existentes, ensinando a melhor forma de se produzir ciência: Inter-relacionar as diferentes formas de se ver o mundo para podermos construir um conhecimento do todo, sendo este o verdadeiro conceito de "teoria".  Todas as áreas da Biologia atuais, inclusive a molecular e a genética, corroboram Darwin experimentalmente e até mesmo aperfeiçoam sua teoria. E, ao contrário do que os criacionistas afirmam, a evolução foi sim, observada atualmente. Com ele, o mundo passou a ser visto como uma rede, com múltiplas conexões e um fluxo de energia em constante transformação, sendo emergente, portanto.

Fonte: Elder Castro





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