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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

O TEMPO QUE FOGE...

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas idosas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Detesto pessoas que não debatem conteúdos, apenas os rótulos.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos. Quero a essência, minha alma tem pressa...

Eu quero viver ao lado de gente que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.

Eu quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

Apenas o essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!


Texto de Ricardo Gondim





Um comentário:

  1. Gostei de como se deve de encarar a idade. Também me sinto assim. Vou mandar para umas amigas que precisam aprender .

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