A Solidão é uma
cidade abandonada
É uma carroça numa
estrada que vai dar na Escuridão
É a feiura da Mulher,
toda arrumada
Passeando na calçada
sem ninguém dar atenção
A Solidão é como um
pássaro ferido
Que voou, mas está
perdido, sem saber a direção
É como mão, sem outra
mão, para bater palma
Como um Deus que
perde a calma, se ninguém pedir perdão
A Solidão é como um
nome que se esquece
Como um homem que
envelhece, sem viver o que sonhou
É como um trânsito em
plena madrugada
É o poeta na calçada
que ninguém, nunca, escutou
A Solidão é uma
atriz, sem a plateia
É abelha sem colmeia,
é barco à vela no sertão
É a promessa do
político, sem ética
É a conta aritmética
onde o Zero é a solução
A Solidão é uma bola,
sem chuteira
É a vizinha
fofoqueira, sem vizinhos no portão
A Solidão é o
rebolado da mulata
Quando a festa já
está chata e ninguém quer mais sambar, não
A Solidão e quando o
Tempo vai embora
Quando a gente perde
a hora, e o compasso da canção
A Solidão e quando o
filme fica bobo
Quando a gente perde
jogo, por que alguém fez 'gol de mão'
Oswaldo Montenegro
"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."
Friedrich Nietzsche
Lindo, amei.
ResponderExcluirBeijos.