Vejo tantos pais por ai. Tantos relacionamentos estranhos... que me pus
a pensar.
Vocês, meus filhos, têm sorte de ter um pai que é metade bobeira, metade seriedade.
Às vezes sou sério, do tipo que faz da realidade uma fonte de
aprendizagem, mas luto para que a fantasia não desapareça.
Às vezes sou adulto, às vezes sou chato.
Às vezes uma metade de mim é só infância e a outra, velhice.
Às vezes sou criança, para que vocês não esqueçam o valor do vento no
rosto.
Às vezes sou velho. Para ensinar à vocês a nunca terem pressa.
Às vezes sou assim. Às vezes não sou.
Mas sempre ciente que a realidade é um absurdo, inventado por um tolo
que nunca soube que ser normal é uma utopia; uma ilusão.
Voem meus filhos. Voem para onde o vento vos levar, sem nunca um ponto
final almejar.
Voem deixando para trás a vontade de ficar.
Voem sabendo que sempre estarei a lhes esperar.
Papai.
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