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domingo, 8 de abril de 2012

O fim de um patrimônio histórico....

O ser humano possui em comum os sentimentos: quem não guarda objetos que lhe são caros, porque remetem à lembrança de alguém importante ou a momentos inesquecíveis? Você já imaginou, caro leitor, se pessoas de fora ocupassem sua casa e, em sua presença, jogassem no lixo objetos que, para você, possuem valor afetivo, deletassem de seu computador suas imagens mais preciosas, rasgassem as fotos de seus álbuns antigos ou queimassem seus livros?
Isto seria o mesmo que tentar apagar suas pegadas, sua trajetória, os indícios de sua existência; seria o mesmo que passar uma borracha no mundo onde você se reconhece – um mundo que você ajudou a criar. Tudo isso porque ignoram sua história, não respeitam seu passado, não sabem o significado que aquelas referências têm para você e, certamente, terão para seus descendentes, cuja identidade será construída também a partir dessas referências.
Esta comparação, embora simplória e simbólica, nos leva à dimensão do que ocorreu num final de semana não muito distante...
Acordo, no sábado de manhã, com barulho de máquinas e caminhões.
Fui olhar pela janela e lá estavam: seis, sete ou oito caminhões basculante, em fila, à espera da sua vez.
À espera de serem chamados, um a um, para levar embora um pouco do passado de Aracaju. Um pouco do patrimônio histórico dessa cidade.
A imensa casa septuagenária da Rua Itabaiana, no Bairro São José, foi abaixo.
Em dois dias deixou de existir algo que, certamente, levou anos, para ser construído.
Em dois dias perdeu-se um pedaço da história de Aracaju.





























Só me resta lamentar que os governantes permitam, com o habitual desprezo aos seus eleitores, ao seu povo, que fatos como este continuem acontecendo ...

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