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sexta-feira, 16 de março de 2012

A barbárie capitalista na Europa

Toda a Europa está sendo dizimada pela lógica destrutiva do capital. Em janeiro, o desemprego na zona do euro cresceu pelo sétimo mês consecutivo e bateu novo recorde, atingindo 10,7% dos trabalhadores. A Espanha ainda ostenta o maior índice (23,3%). Os jovens são as principais vítimas e já são tratados como “geração perdida”.
O papel imperialista da Alemanha.
Desde a queda do Lehman Brothers, em setembro de 2008, que deflagrou a mais recente crise capitalista mundial, o desemprego na Europa já subiu 46,8%. Um mês antes da falência do banco estadunidense, apenas um país entre os 27 da União Europeia tinha taxa de desemprego acima de 10%. Era a Espanha (11,3%). Hoje, 12 estão nessa situação gravíssima. O total de desempregados na União Europeia saltou de 16,6 milhões em agosto de 2008 para 24,3 milhões em janeiro deste ano.

Só a Alemanha, que atua como potência imperialista sugando a riqueza das nações mais frágeis, conseguiu reduzir o desemprego neste período sombrio. A sua taxa, que era de 7,2% em agosto de 2008, hoje está em 5,8%. Isto não significa que a situação do trabalhador alemão seja uma maravilha. Diante da crise, o governo direitista de Ângela Merkel impôs uma reforma trabalhista que permite ao patrão reduzir a jornada de trabalho e cortar os salários. Não é para menos que os sindicatos menos dóceis da Alemanha têm intensificado as lutas contra as perdas de poder aquisitivo dos trabalhadores. O processo de regressão trabalhista também não é uma novidade somente da Alemanha. Todos os países da Europa têm cortado direitos históricos dos trabalhadores. Na semana passada, o parlamento espanhol ratificou um decreto do governo direitista de Mariano Rajoy que diminui os custos das demissões, reduzindo a indenização.
A espantosa "boca-livre” dos banqueiros.
Diante desta agressão, o movimento sindical espanhol promete realizar em 29 de março uma gigantesca greve nacional. Segundo Ignacio Toxo, secretário-geral das Comissões Operárias, o decreto aprovado lembra as condições de trabalho que existiam nos anos da ditadura do general Francisco Franco (1939-1975) e agravará ainda mais o desemprego no país. Mas nem tudo é desgraça na Europa. Para os banqueiros, a situação é bastante favorável. O choque de terror neoliberal mantém seus altos rendimentos. No mês passado, o Banco Central Europeu doou para 800 bancos cerca de R$ 1,2 trilhão – 529,5 bilhões de euros.

Meus comentários:
Toda essa crise econômica na Europa, o desemprego e as dificuldades que passam sua população é, sem dúvida, uma dura e triste realidade. Isso é inegável. Porém, a pior das crises e a situação aflitiva a que está sendo submetido o povo europeu, é um “sonho de consumo” do brasileiro de baixa renda – 53,9 milhões de brasileiros vivem na pobreza. Isso corresponde a 31,7% da população do país. E dentro desse número existe um dado ainda mais preocupante: do total, 21,9 milhões de pessoas são indigentes. O indigente é aquele que não tem dinheiro nem para comprar alimentos. No total 85,4% da população brasileira são considerados “pobres” pelo IBGE, ganham menos do que 200 Euros por mês. Isso mesmo: €200! 
Crianças brasileiras "brincam" em favela
Os salários europeus são uma utopia aos brasileiros. Décimo-quarto salário? Só mesmo na esfera política isso é possível no Brasil. A Saúde Pública europeia é uma quimera, uma fantasia totalmente inatingível, até mesmo ficcional aos brasileiros comuns, aqueles que só se dignam a trabalhar para comer e comprar uma televisão de LCD ou LED para sentir-se “realizado na vida”. Claro, uma TV paga em longas e inacabáveis prestações nas lojas de eletrodomésticos, que cobram juros extorsivos. Juros estes que o brasileiro não se importa em pagar, desde que possa adquirir um bem de última geração; seja uma TV, um aparelho de celular ou mesmo um carro zerinho, zerinho. Juros esses que os europeus, por sua vez, não creem que possa ser possível existir. Sobre a educação e a saúde pública brasileira? Bom, isso fica para outra oportunidade. Este post ficaria muito grande se fossemos abordar mais estes assuntos. Em outras palavras: direitos adquiridos são - ou deveriam ser intocáveis, porém os europeus não sabem, mas “choram de barriga cheia”.

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