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sábado, 2 de julho de 2011

Posição equivocada.

Maconha NÃO é uma droga "leve"!

Por Carlos Vereza.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está equivocado quando defende a liberação da maconha. Não temos sequer uma rede hospitalar para atender os inúmeros casos de acidentes e de doenças que necessitam de um tratamento de emergência. Como os dependentes sem recursos econômicos teriam atendimento para um tratamento dispendioso, que inclui internação, desintoxicação e terapia, entre outros procedimentos?

Maconha não é uma droga "leve". Ela contém, entre outros tóxicos, o benzopireno, que é altamente cancerígeno. Seu princípio ativo, o tetrahidrocanabinol, o THC, aumentou em mais de 70% seu percentual de toxidade desde a década de 70.

A maconha pode desenvolver surtos psicóticos em pessoas com síndromes fronteiriças, e abre, sim, a possibilidade de acesso a drogas mais pesadas quando seus efeitos passam por uma diminuição de seu potencial.

Na Holanda, onde a droga é liberada, seus usuários, esgotadas as cotas, abordam de maneira inconveniente os turistas, para que comprem e dividam com eles novas doses - isso sem citar a praça dos drogados, a Leidsplein, com pobres dependentes caídos no chão, com seringas ainda espetadas em sua veias. Todos, quase sem exceção, iniciaram a lamentável escalada pela "inofensiva" marijuana.

Por que levantar esse tema em um país com sérios problemas de desigualdades sociais, mal disfarçados em bolsas, cotas e absurdos kits gerados por um maquiavélico MEC - que divide o país entre negros e brancos, ricos e pobres. Além de uma cartilha que incentiva o cidadão a falar errado, numa arbitrária e artificial luta de classes. A liberação da maconha iria empobrecer e abastardar ainda mais um Brasil que perdeu o rumo de uma história moderna.

Segundo Gilberto Freyre, os senhores das senzalas brasileiras eram coniventes com o consumo da maconha pelos escravos porque assim ficavam mais tranquilos e inaptos para a rebelião!

A liberação aumentará em muito o consumo, sendo mais que evidente a ação dos traficantes, que continuariam na clandestinidade, oferecendo a maconha de estufa, de efeito mais avassalador, concorrendo com a "oficial", que teria que se adaptar a uma dosagem única.

Como fariam as autoridades para aferir a quantidade da erva de posse do usuário? Andariam com uma balança para diferenciar o que seria para uso e o que determinaria a prática de tráfico?

E as nossas fronteiras, já tão violadas, seriam um terreno fértil para os narcotraficantes, que viriam "oferecer" em nosso país não só a maconha, mas drogas como cocaína, crack, óxi e outras "amenidades".

Quando países antes comunistas apelam para uma economia de mercado, buscando a privatização, em Pindorama assistimos a um regime híbrido que se pretende "socialista", mas que em verdade é uma babel de corrupção, distribuição de cargos para "companheiros", informações privilegiadas, tráfico de influência, um país à deriva, sem um projeto de governo e sim de perpetuação no poder. Acredito que Fernando Henrique tenha muito mais a contribuir num amplo debate sobre a construção de um sistema social democrático no país.


Carlos Vereza é ator.
Fonte: http://carlosverezablog.blogspot.com/search?q=maconha

 

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