Neste local relativamente isolado, pescadores construíram algumas choças para moradia, sendo por muito tempo os únicos habitantes. Sua presença deu nome ao riacho, conhecido como ribeirão dos Pescadores, e o mesmo se deu com uma via que o acompanhava, chamado de Caminho e depois rua dos Pescadores. Décadas após, em meados do século XVII, os frades desviaram o curso do riacho para junto do Morro de São Bento, para com isto irrigar sua horta, a qual abrangia a maior parte das terras da várzea. Desaparecendo o ribeiro, contudo, permaneceram rua e os pescadores.
Visconde de Inhaúma em 1906, após as reformas de Pereira Passos. Os imóveis remanescentes estão sempre sob ameaça de virar estacionamento. |
A rua dos Pescadores paulatinamente se dirigiu ao interior, à medida em que se drenavam os terrenos, inicialmente até onde é a Alcântara Machado e depois até o Largo de Santa Rita. A ligação com a região ao norte da cidade e o Campo de Santana só aconteceria em 1787, com a abertura da rua de São Joaquim, a qual oferecia um acesso mais direto e com menos desvios. Após a chegada da Côrte, em 1808, vários personagens de destaque lá tiveram residência, como o Conde de Bonfim e o Barão de Itamarati, antes de construir seu palacete da rua Larga, vendido posteriormente ao governo republicano. Em 1869 seu nome é mudado para Visconde de Inhaúma, em homenagem ao almirante José Joaquim Inácio, herói da Guerra do Paraguai, falecido neste mesmo ano.
Em 1905 seria alargada e se uniria à rua Larga de São Joaquim (Marechal Floriano), a qual foi prolongada até o Largo de Santa Rita, concretizando uma ligação imaginada há muito, embora tenha causado a perda da Igreja de São Joaquim, localizada ao lado do Colégio D. Pedro II. A origem desta antiga rua está em grande parte ligada à história do Mosteiro de São Bento e sua relação com a Marinha, que ali nasceu em terrenos doados ou vendidos pelos religiosos, desmembrados da grande sesmaria de Manuel de Brito, concedida em uma época na qual ainda se lutava contra Tamoios e franceses remanescentes do tempo de Villegagnon.
Fonte: Jornal do Brasil - arquivo
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